A sobrecarga na rede de oxigénio do hospital Amadora-Sintra, devido ao elevado número de doentes que necessitam de ventilação, obriga à transferência de 48 pessoas. Além dos hospitais já anunciados, também o hospital Curry Cabral, em Lisboa, se prontificou para ajudar e irá receber seis doentes, confirmou o Expresso junto de fonte hospitalar.
A situação de sobrecarga na rede de oxigénio do hospital foi conhecida esta terça-feira à noite. Segundo o hospital, nenhum doente corre ou correu risco de vida, mas houve necessidade de agilizar a transferência de quase meia centena de pessoas.
Pelo menos 48 doentes vão ser transferidos para outros hospitais, como é o caso do Santa Maria (20 doentes, 13 dos quais covid e sete não covid) e do Hospital das Forças Armadas, que está "a avaliar a capacidade" mas confirma a transferência de "alguns doentes" em fase final de recuperação, que poderão ultrapassar uma dezena.
Também o hospital de campanha de Lisboa, com cerca de 20 camas equipadas para tratamento não invasivo com oxigénio, é um dos destinos apontados. Há capacidade para disponibilizar 72 camas em várias unidades, públicas e privadas, da grande Lisboa. O Hospital de São João, no Porto, está preparado para receber casos mais graves, mas ainda não recebeu instruções, apurou também o Expresso.
Em conferência de imprensa na noite desta terça-feira, Rui Santos, um dos administradores do hospital, afirmou que "em momento algum esteve em causa uma rutura na rede de fornecimento de oxigénio do hospital" ou uma situação de falta de oxigénio. "Existiram, sim, flutuações na própria rede de fornecimento do oxigénio", explicou, acrescentando que a segurança dos doentes "não esteve em causa" e que "nenhum correu risco de vida". Assim que se deu a situação de sobrecarga, o hospital recorreu a "garrafas de oxigénio portáteis e mobilizou profissionais internos", disse ainda o responsável.
Em comunicado enviado minutos depois às redações, o hospital reiterou que "não está em causa a disponibilidade de Oxigénio ou o colapso da rede, mas sim a dificuldade da estrutura existente em manter a pressão" e esclareceu que é o "hospital com mais doentes covid internados: 363 à data de hoje, com um aumento de 400% desde 1 de janeiro do ano em curso".
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