Coronavírus

Quase 400 infetados com covid-19 morreram em casa

Quase 400 infetados com covid-19 morreram em casa
ESTELA SILVA/Lusa

O número de pessoas que morreram em casa representa 4,3% do total de mortes registadas até ao dia 18 de janeiro. Especialistas alertam para a importância de divulgação das circunstâncias em que ocorreram estas 397 mortes

Desde o início da pandemia e até ao dia 18 de janeiro, morreram em casa 397 pessoas infetadas com covid-19 e 525 faleceram noutros locais, como em estruturas residenciais para idosos. De acordo com o "Jornal de Notícias", está ainda por esclarecer em que circunstâncias aconteceram as mortes no domicílio, ou até em que regiões foram registadas. Até segunda-feira da semana passada, o número de mortes em casa representava 4,3% do total.

"É muito importante saber se tiveram algum apoio médico, se estavam esquecidos, ou se o diagnóstico foi feito apenas no certificado de óbito", alertou João Carlos Wink, professor na Faculdade de Medicina do Porto. "É importante saber se estiveram sinalizados e foram acompanhados nos cuidados de saúde primários, se são doentes propostos para tratamento no domicílio mas que acabam por não ser acompanhados, se eram pessoas de idade avançada ou doentes com várias comorbilidades, se não estavam diagnosticados, se viviam sós, se recusaram o transporte para o hospital", acrescentou.

Já Altamiro da Costa Pereira, epidemiologista, defende que é necessário criar uma estrutura para monitorizar este tipo de casos: "Não estávamos preparados, infelizmente não havia o hábito de os organismos recolherem dados fiáveis e de os porem à disposição dos cientistas de forma fiável e segura - e mesmo hoje estamos muito longe".

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