Pode não ter convencido muitos americanos a mudarem o seu sentido de voto. Pode não ter sido o ‘game changer’ de que Donald Trump precisava para recuperar nas sondagens. Pode não ter servido para Joe Biden demonstrar ser um político sólido e sem hesitações (teve algumas). Mas o segundo e derradeiro embate entre os candidatos republicano e democrata às eleições de 3 de novembro nos EUA teve a vantagem de mostrar que afinal é possível acontecer debate, mesmo que os protagonistas não sejam os mais inspiradores que a América já viu.
Trump, que concorre à reeleição, esteve esta quinta-feira em Nashville (madrugada de sexta em Lisboa) muito mais contido do que no cacofónico primeiro debate. Os microfones desligados nos dois minutos iniciais de cada um no arranque de cada tema terão ajudado, mas o Presidente em exercício entrou para este segundo debate com a consciência de que não poderia replicar a estratégia de ‘bullying’ do primeiro (os estudos de opinião mostraram que perdeu com isso). Não deixou de mentir, longe disso. Recorreu abundantemente ao autoelogio da sua governação, tantas vezes em contramão com a ciência.
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