Opinião

Todo o poder ao deputado? Olhem para o Livre

O Livre tem razão para o seu incómodo, mas ele é fruto de uma escolha de organização que mata qualquer ideia de direção coletiva. Primárias abertas com ausência de disciplina de voto dão aos deputados eleitos um poder desmesurado sobre todo o coletivo. No caso do Livre, em que a representação é garantida apenas por uma deputada, a coisa torna-se ainda mais dramática

Na semana passada, a deputada Joacine Katar Moreira absteve-se numa moção do PCP que condenava mais uma agressão israelita a Gaza e o apoio de Donald Trump aos colonatos em territórios ocupados. A posição comunista era coincidente com as posições conhecidas e escritas do Livre. Qualquer pessoa com uma cultura política mediana adivinharia o voto do partido. Com compreensível espanto perante a abstenção da sua deputada num tema tão óbvio, o Grupo de Contacto do Livre manifestou, em comunicado, “preocupação com o sentido de voto da deputada em contrassenso com o programa eleitoral do Livre e com o historial de posicionamento do partido nestas matérias”, considerando que o texto do PCP correspondia à posição do Livre. Imagino que o incómodo ultrapasse a questão da Palestina. Ainda recentemente a deputada tornou pública, no Twitter, a sua posição sobre a proposta do PAN para a residência alternada, sem que se conheça nenhum debate ou posicionamento do Livre sobre o assunto.

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