O apelo é do líder socialista: o partido não pode adormecer à sombra do resultado das europeias. Para não deixar a máquina parar, António Costa anunciou desde já a realização de quatro convenções regionais para preparar o programa eleitoral do PS. E deixou um aviso à navegação: "A confiança que nos foi renovada não foi um cheque em branco. É uma responsabilidade acrescida."
Na reunião da comissão política nacional, na sede do partido em Lisboa, António Costa apontou, de resto, quatro prioridades: procurar soluções para o problema das alterações climáticas; responder ao desafio demográfico; preparar a transição para a sociedade digital; e combater as desigualdades.
A estas quatro prioridades, o líder socialista aproveitou para juntar outras quatro: o reforço da democracia, nomeadamente através do combate à corrupção; continuar o caminho das “contas certas”; valorizar as funções de soberania do país e... investir na qualidade dos serviços públicos.
PS assume investimento nos serviços públicos como desígnio
Costa, aliás, demorou-se alguns minutos a explicar este último ponto. “A prioridade desta legislatura foi, obviamente, fazer a recuperação de direitos [e rendimentos]. Mas é indispensável que façamos um reforço muito grande e significativo nos serviços públicos”, concedeu. Minutos antes, quando falava do que falta cumprir nesta legislatura, o líder socialista já tinha feito questão de sublinhar que era importante dar resposta a um conjunto de prioridades desde logo no Serviço Nacional de Saúde e na “prestação de serviços básicos, como a emissão de um cartão de cidadão ou de um passaporte”.
Na intervenção inicial, a única aberta à comunicação social, António Costa não deixou de lembrar que ainda há muito para fazer nesta legislatura. "O trabalho ainda não está acabado", avisou o líder socialista, pedindo um esforço redobrado para aprovar diplomas-chave como a Lei de Bases da Saúde, a nova lei laboral, o Programa Nacional de Infraestruturas, o novo cadastro das florestas e... a nova Lei de Bases da Saúde, que, como explica aqui o Expresso, parece estar já condenada. António Costa, no entanto, parece não deitar a toalha ao chão.
Sobre as europeias, o secretário-geral do PS voltou a defender que a vitória foi "inequívoca" e "muito clara", não só porque os socialistas conseguiram eleger mais um eurodeputado do que em 2014, mas também porque cavaram uma "vantagem muito significativa em relação" ao PSD.
Para António Costa, o PS tem por isso "boas razões para estar confiante", até porque provou ser merecedor do voto dos eleitores. "Essa confiança tem um valor imenso, não podemos abdicar dela e, na próxima legislatura, temos de voltar a provar que é possível", rematou o líder socialista.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt