O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, disse esta sexta-feira que é "irresponsável e alarmista" a notícia sobre as golas antifumo com material inflamável distribuídas no âmbito do programa "Aldeias Seguras".
O ministro sublinhou a importância do programa que está em curso em mais de 1.600 aldeias do país, assegurando que a distribuição das golas antifumo não põe em causa nem o projeto nem a segurança das pessoas.
Eduardo Cabrita recusou-se a responder sobre o objetivo da distribuição destas golas com material inflamável, bem como o que as populações devem fazer com elas, remetendo para o esclarecimento já feito pela Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC). A Proteção Civil diz que o material inflamável que distribuiu não é de combate a incêndios - é de sensibilização.
O ministro falava em Mafra, após a celebração do contrato de cooperação Interadministrativo com o município de Mafra para a construção dos Postos Territoriais da GNR do Livramento e Malveira.
Já a empresa fornecedora do material utilizado na campanha "Aldeia Segura - Pessoas Seguras" diz que o mesmo não está preparado para combate aos incêndios, porque essa exigência não constava do caderno de encargos.
"O que posso dizer é que o equipamento não é para ser utilizado no combate aos incêndios", afirmou Ricardo Fernandes, representante da empresa Foxtrot Aventura, situada em Fafe, em declarações à Lusa.
O representante da empresa fornecedora precisou à Lusa que o 'kit' se destinava a ações de 'merchandising', "material demonstrativo para distribuir à população", acrescentando desconhecer o uso que lhe foi dado pela entidade que o adquiriu, no âmbito de um concurso público.
Segundo a empresa, parte do material, nomeadamente as máscaras de proteção respiratória, até pode ser utilizado no teatro de operações de algumas catástrofes, mas nunca no combate a incêndios.
O “Jornal de Notícias” noticiou esta sexta-feira que 70 mil golas antifumo fabricadas com material inflamável e sem tratamento anticarbonização foram entregues pela Proteção Civil no âmbito do programa, que abrange quase duas mil aldeias.
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