Sociedade

Ministério Público abre inquérito à compra das golas inflamáveis

Decisão foi anunciada nesta terça-feira pela Procuradoria-Geral da República, decorrendo o inquérito no Departamento Central de Investigação e Ação Penal

O Ministério Público decidiu abrir um inquérito à compra, pela Proteção Civil, de equipamento que foi distribuído no âmbito da iniciativa "Aldeia Segura", noticiou o "Jornal de Notícias". A decisão foi comunicada ao jornal nesta terça-feira pela Procuradoria-Geral da República e o Expresso apurou que o inquérito decorre no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP).

Entre o equipamento fornecido encontram-se as polémicas golas inflamáveis e os kits de emergência.

Setenta mil golas antifumo fabricadas com material inflamável e sem tratamento anticarbonização, que custaram 125 mil euros (um valor acima do mercado), foram entregues pela proteção civil no âmbito do programa "Aldeia Segura - Pessoas Seguras". As golas antifumo, fabricadas em poliéster, não têm a eficácia que deveriam ter: evitar inalações de fumos através de um efeito de filtro.

Os “kits” de emergência foram fornecidos pela Foxtrot Aventura, fundada a 18 de dezembro de 2017, menos de dois meses depois da criação do programa “Aldeia Segura” e que se define como uma “empresa com fins de turismo de natureza” e “exploração de parque de campismo e caravanismo.” O dono da empresa é Ricardo Peixoto Fernandes, marido da socialista presidente da junta de freguesia de Longos, em Guimarães, Isilda da Silva.

O caso já levou à demissão, esta segunda-feira, de Francisco Ferreira, adjunto do secretário de Estado da Proteção Civil, Artur Neves.

O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita – que começou por desvalorizar a polémica – , pediu posteriormente esclarecimentos à Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) e anunciou a abertura de um inquérito urgente sobre o caso.

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