A ordem cronológica dos eventos serve apenas para mostrar como o Governo foi ‘forçado’ a mostrar tudo. Na edição de sexta-feira, o Expresso noticiava que o Governo tinha escondido os detalhes das reformas e investimentos negociados com Bruxelas, citando uma fonte do gabinete de António Costa que admitia ter sido publicada apenas “uma síntese” desse documento. Nessa tarde, o gabinete do primeiro-ministro fazia uma nota a garantir que não: "A informação sobre todas as reformas consta do PPR”, o que, como o Expresso explicou nesse dia, não correspondia à verdade. Noite fora, seria o ministro Nelson de Souza a admitir que iria publicar cerca de 1400 indicadores que não tinham sido disponibilizados (metas e marcos a cumprir).
A promessa acabou por ser cumprida ao final da tarde deste domingo. E, contas feitas documento a documento, apareceram de súbito 1738 páginas que tinham sido entregues em Bruxelas, mas que não tinham sido tornadas públicas. Agora, sim, está lá tudo: no Portal da Transparência aparecem 57 documentos novos: o que antes estava resumido em 123 páginas do relatório (mais seis páginas de um brevíssimo quadro-resumo das metas e marcos com que o Governo de tinha comprometido), aparece agora estendido por 1378 páginas na proposta e mais 360 páginas de tabelas cheias de detalhes e calendários bem marcados.
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