Na conferência de imprensa do Conselho de Ministros, Siza Vieira (número dois do Executivo) começou por ser fugidio na resposta à primeira pergunta de uma jornalista sobre os documentos que, inicialmente, o Governo não tornou públicos do Plano de Recuperação e Resiliência português. Se a jornalista quis saber se a Comissão Europeia obrigou o Governo a negociar reformas estruturais, o ministro de Estado e da Economia admitiu que "o que consta do PRR é um conjunto de reformas e investimentos que os estados procurarão realizar, comprometendo se com objetivos, metas intermédias e que são condição para as transferências. Temos de as concretizar", acrescentou Siza, tentando acrescentar depois que essas reformas foram postas "à discussão pública" e "constam identificadas" num "documento síntese" divulgado em fevereiro pelo Governo. E deu exemplos: "Saúde mental, restruturação de empresas, reforma do processo orçamental".
Mas à segunda pergunta de uma outra jornalista, que quis saber se as negociações ainda prosseguiam, Siza Vieira quis falar com "transparência". E assim o fez: "O PRR foi extensamente discutido desde outubro com a Comissão Europeia, houve dezenas de reuniões ao nível técnico e algumas a nível político. Obrigou a um nível de detalhe superior ao inicial", reconheceu o ministro de Estado.
De resto, acrescentou Siza, "o esboço final do plano está agora sujeito a apreciação" dos serviços da Comissão Europeia e "continuamos a receber pedidos de informação adicional, para que possamos ter a capacidade de esclarecer."
Prosseguindo, assim, as negociações, Siza Vieira deixou uma convicção aos jornalistas: "Não vou dizer que é absolutamente final, mas não espero alterações significativas neste momento."
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