“Declaramos clara e inequivocamente que o planeta Terra está a enfrentar uma emergência climática”, disseram cientistas de mais de 150 países. Os especialistas sugerem seis passos essenciais para enfrentar a situação, incluindo a substituição de combustíveis fósseis por renováveis, a redução do consumo de carne e a estabilização do crescimento populacional
Jornalista
As pessoas em todo o mundo enfrentam “um sofrimento incalculável devido à crise climática”. “Declaramos clara e inequivocamente que o planeta Terra está a enfrentar uma emergência climática. Para garantirmos um futuro sustentável, temos de mudar a forma como vivemos, o que implica grandes transformações no modo como a nossa sociedade global funciona e interage com ecossistemas naturais.”
Estas declarações foram publicadas esta terça-feira na revista científica “BioScience”, por ocasião do 40.º aniversário da primeira conferência mundial sobre o clima, realizada em Genebra em 1979. O alerta resulta da colaboração de dezenas de cientistas, tendo sido subscrito por mais de 11 mil outros de 153 países.
“A crise climática chegou e está a acelerar mais rapidamente do que a maioria dos cientistas esperava. É mais grave do que o previsto, ameaçando ecossistemas naturais e o destino da humanidade”, sublinha o alerta. Em resultado da atividade humana, há tendências “especialmente perturbadoras” de aumento das temperaturas da terra e do oceano, de subida do nível do mar e de eventos climáticos extremos.
“Apesar de 40 anos de negociações climáticas a nível global, falhámos amplamente na resolução da crise, tirando algumas exceções. Especialmente preocupantes são os potenciais pontos irreversíveis do clima. Estas reações em cadeia do clima podem causar perturbações significativas nos ecossistemas, na sociedade e na economia, potencialmente tornando grandes áreas da Terra inabitáveis”, reforçam os cientistas.
O grupo de especialistas sugere seis passos essenciais para fazer face a esta emergência climática: substituir os combustíveis fósseis por renováveis, reduzir os agentes poluidores, proteger e recuperar ecossistemas, reduzir o consumo de carne, mudar os objetivos económicos e estabilizar o crescimento da população.
“A boa notícia é que uma mudança transformadora como esta, com justiça social e económica para todos, promete um bem-estar humano bastante maior do que a situação atual”, concluem os cientistas.
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