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Ensino à distância. Professores podem obrigar alunos a ter câmara ligada? Sim, e ainda bem. “É uma forma de manter relação emocional”

Ensino à distância. Professores podem obrigar alunos a ter câmara ligada? Sim, e ainda bem. “É uma forma de manter relação emocional”
picture alliance

Desconforto de dar aulas para um ecrã negro não é a única razão apontada para obrigar alunos a manter a câmara ligada. Professores podem fazê-lo, não só para prevenir cábulas. É que sem rosto, sem voz, perde-se quase tudo, “a relação emocional que nos liga”. Aulas online voltam esta segunda-feira

Um sentimento de dejà vú corre a partir desta segunda-feira o espírito de milhares de professores e alunos em Portugal, no dia do regresso ao ensino à distância. E de todas as sensações experimentadas pela primeira vez há quase um ano, talvez nenhuma seja tão forte quanto a de uma espécie de ausência, um afastamento que, sem toque, sem cheiro, só é colmatado pelos rostos e pelas vozes.

David Sousa exemplifica-o com uma história. No primeiro confinamento, o agrupamento de escolas de que é diretor, o Frei Gonçalo Azevedo, em São Domingos de Rana, Cascais, iniciava um trabalho de apoio “aos miúdos que estavam desconectados” quando uma das professoras levou um computador e dois alunos para o café. Irmãos, “não diria ‘pestinhas’, mas agitados”, conseguiram finalmente ver a turma. “Os miúdos choraram, as lágrimas escorriam-lhes pela cara abaixo quando viram os colegas e falaram com eles.”

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