Um sentimento de dejà vú corre a partir desta segunda-feira o espírito de milhares de professores e alunos em Portugal, no dia do regresso ao ensino à distância. E de todas as sensações experimentadas pela primeira vez há quase um ano, talvez nenhuma seja tão forte quanto a de uma espécie de ausência, um afastamento que, sem toque, sem cheiro, só é colmatado pelos rostos e pelas vozes.
David Sousa exemplifica-o com uma história. No primeiro confinamento, o agrupamento de escolas de que é diretor, o Frei Gonçalo Azevedo, em São Domingos de Rana, Cascais, iniciava um trabalho de apoio “aos miúdos que estavam desconectados” quando uma das professoras levou um computador e dois alunos para o café. Irmãos, “não diria ‘pestinhas’, mas agitados”, conseguiram finalmente ver a turma. “Os miúdos choraram, as lágrimas escorriam-lhes pela cara abaixo quando viram os colegas e falaram com eles.”
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