Exclusivo

Sociedade

O fim do dinheiro: como a pandemia mudou o modo como o usamos

O fim do dinheiro: como a pandemia mudou o modo como o usamos
Ilustrações de Gonçalo Viana

A pandemia levou os portugueses a trocarem as moedas e notas pelo cartão contactless. Mas isso não nos tornou líderes nos pagamentos digitais

O dinheiro deixou de andar nos bolsos. Na Suécia, diz-se pengar, mas já não circula em moedas e notas. Em França, a mesada deixou de ser argent de poche. Em Espanha as compras já não se fazem em efectivo. E em Portugal o conceito de carteira adquiriu um novo significado. Também se inglesou. É uma wallet e agora está dentro do smartphone, coisa estranha guardar dinheiro dentro de um telefone, mas também pode estar no relógio. Sim, é um smartwatch. E há até quem já fale no próximo passo, num implante subcutâneo capaz de nos identificar em cada momento e comunicar com o cérebro na hora de este decidir fazer uma compra, por exemplo. Mas ainda não se chegou ao tempo do homem aumentado, de uma ligação física entre corpo e máquina como pensada no Neuralink de Elon Musk.

Certo é que a transformação em curso, acelerada pela pandemia, está a mudar por completo a relação com o dinheiro — mesmo sem mexer com o papel deste na sociedade. As notas em papel, que na verdade até são de algodão, estão a deixar de ser usadas em vários pontos do mundo (da China à Sué­cia, não faltam exemplos). E também as moedas estão a seguir o mesmo destino. A bem do distancia­mento, até o OK-código-OK que musicava as caixas de supermercado portuguesas foi substituído pelo contactless. E o contacto com o dinheiro nunca mais será o mesmo. Basta estar atento às mudanças dos últimos meses.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: jmsalvador@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate