Com a maioria dilatada conquistada na quinta-feira, o projeto de lei sobre o acordo de saída da UE deverá passar no Parlamento sem problemas. A votação poderá acontecer já esta sexta-feira, um dia depois do Discurso da Rainha, que marca o arranque oficial do Parlamento. Do lado do Labour, já se discute a sucessão de Jeremy Corbyn na liderança
Jornalista
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, reúne-se esta segunda-feira com os novos deputados conservadores quando estes chegarem a Westminster para ocuparem os respetivos lugares no Parlamento.
Citada pela BBC, uma fonte do número 10 de Downing Street disse: “O primeiro-ministro tem sido muito claro quanto à responsabilidade que temos de proporcionar um futuro melhor para o nosso país e restituir a confiança do público, cumprindo o Brexit. É por isso que a primeira legislação que os novos deputados vão votar será o projeto de lei do acordo de saída.”
Muitos dos 109 novos deputados conservadores venceram em áreas tradicionalmente ocupadas pelo Partido Trabalhista nas eleições de quinta-feira. Os conservadores conquistaram uma maioria de 80 lugares.
Com a dilatada maioria, o projeto de lei deverá passar no Parlamento a tempo de cumprir a promessa de Johnson de retirar o Reino Unido da União Europeia (UE) a 31 de janeiro. Em seguida, o primeiro-ministro terá de negociar um novo acordo comercial com o bloco comunitário e ratificá-lo antes do fim do período de transição do Brexit, que termina a 31 de dezembro do próximo ano. Johnson tem repetido que não pretende alargar esse período.
Além da votação do projeto de lei do acordo de saída, que o primeiro-ministro tenciona fazer regressar antes do Natal, Johnson também deverá fazer uma pequena remodelação governamental. O chefe do Executivo terá de ocupar os lugares deixados vagos por aqueles que se demitiram antes das eleições.
A rainha Isabel II abrirá formalmente o Parlamento na quinta-feira com o tradicional discurso em que anuncia o programa legislativo do Governo, que deve incluir legislação referente a promessas feitas durante a campanha eleitoral. Entre elas conta-se uma garantia para o financiamento do Serviço Nacional de Saúde.
O projeto de lei sobre o acordo de retirada poderá ser apresentado aos deputados já esta sexta-feira, noticia a estação britânica.
Também são esperadas negociações muito em breve para o Governo da Irlanda do Norte, suspenso desde 2017, entrar novamente em funções.
Na sequência da derrota histórica do Labour, a secretária-geral do partido, Jennie Formby, anunciou que os dirigentes trabalhistas deverão reunir-se no início do novo ano para definir um calendário para substituir Jeremy Corbyn na liderança. Segundo a secretária-geral, Corbyn pretende que o processo comece “rapidamente” para que o seu sucessor possa entrar em funções até ao final de março.
Tanto Corbyn como o ministro-sombra das Finanças, John McDonnell, assumiram este domingo a responsabilidade pela derrota “catastrófica” do Partido Trabalhista nas eleições, a maior derrota em mais de oito décadas.
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