João Moura foi constituído arguido sob a suspeita de maus tratos sobre uma matilha de cães de que é detentor. Um vídeo divulgado nesta quinta-feira, cuja visualização pode ser perturbadora, dá conta do estado de subnutrição dos animais, entretanto resgatados para receberem assistência. Um dos galgos morreu
Expresso
A GNR divulgou, esta quinta-feira, fotografias que revelam o estado de grave subnutrição em que se encontravam os cães pertencentes a João Moura, que foram ontem resgatados da propriedade do cavaleiro tauromáquico, localizada em Monforte, Portalegre. Um vídeo publicado na rede social Facebook também confirma o estado de degradação em que os animais se encontravam.
Aviso: este vídeo pode ser perturbador.
O Expresso apurou que nove dos galgos retirados da propriedade do cavaleiro João Moura (onde estavam, no total, 18 cães desta raça) encontram-se desde esta quinta-feira de manhã numa associação cujo nome não pode ser revelado porque está em curso um processo judicial. João Moura foi libertado na quarta-feira à noite depois de ter sido interrogado pelo Tribunal de Portalegre, tendo ficado submetido a termo de identidade e residência.
Daqueles nove galgos, um deles terá morrido pouco tempo depois de chegar à associação, “em estado de extrema subnutrição e desidratação”, e outro será internado em breve, por se encontrar também “num estado de saúde muito débil”, de acordo com uma fonte que acompanha o processo.
Esta quinta-feira, o Comando Territorial de Portalegre da GNR emitiu um comunicado em que esclarece que, através do Posto Territorial de Monforte e do Núcleo de Proteção Ambiental, “deteve [esta quarta-feira] um homem de 59 anos, no âmbito de um processo crime de maus-tratos e abandono de animais de companhia, no concelho de Monforte”. A divulgação do comunicado foi acompanhada de fotografias dos animais recolhidos, em que fica patente o avançado estado de desnutrição.
A GNR acrescentou que, “na sequência de uma investigação por maus-tratos a animais de companhia, os militares apuraram que os referidos cães se encontravam subnutridos e que não lhes eram prestados os devidos cuidados de bem estar-animal”. A corporação realizou uma busca domiciliária, “o que resultou no resgate de 18 cães por se encontrarem subnutridos e sem condições de salubridade”.
Os animais foram recolhidos pela Câmara Municipal de Monforte, para receberem cuidados veterinários, adiantou, ainda, a GNR. João Moura foi constituído arguido e os factos apurados foram remetidos para o Tribunal Judicial de Portalegre.
Citado esta quarta-feira pelo blogue “As Farpas”, o cavaleiro defendeu-se: “Não matei ninguém, não roubei ninguém, não tratei mal os meus cães, alguns estavam magros, mas não os tratei mal”. Moura disse ter sido detido para ser ouvido pela GNR de Monforte e acrescentou: “Já prestei as minhas declarações e estou em casa tranquilo e com a consciência tranquila”.
O crime de maus tratos a animais de companhia é punível com uma pena de prisão até um ano ou um multa até 120 dias, de acordo com o Código Penal, que também prevê que, no caso da morte dos animais ou “privação de importante órgão ou membro ou afectação grave e permanente da sua capacidade de locomoção”, a pena de prisão seja de até dois anos e a multa de até 240 dias.
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