A maioria absoluta socialista foi uma das maiores razões para o emagrecimento das bancadas parlamentares da esquerda. De 2019 para 2022, o PCP perdeu metade dos assentos parlamentares passando a contar apenas com seis deputados. A nova liderança de Paulo Raimundo – que sucedeu a Jerónimo de Sousa em novembro do ano passado – poderia ter dado um novo fôlego ao partido, mas as sondagens mantêm os comunistas nos últimos lugares da tabela. Com um Bloco de Esquerda (8%) a descolar, o PCP (3,2%) surgiu pela primeira vez com menos votos que o PAN (3,8%), na sondagem da Aximage para o DN, TSF e JN, divulgada na passada sexta-feira. “Não se deve concluir nada de definitivo sobre este resultado”, disse ao Expresso o investigador do Instituto de Ciências Sociais (ICS) da Universidade de Lisboa Nelson Santos. Contudo, é “facto” que o PCP tem vindo a “perder gradualmente apoio eleitoral” e tem-se mostrado “incapaz” de captar votos além dos seus militantes. Até à hora da publicação, o partido apenas adiantou ao Expresso que “não comenta sondagens”.
Com apenas mais votos que Livre (2,7%) e CDS (1,1%) – que perdeu assento parlamentar em 2022 –, o PCP é ultrapassado pelo PAN (3,2%), IL (5,2%) e Bloco (8%). O Chega mantém-se como terceira força política com 13%. Na liderança, o PS (28,8%) surge ligeiramente à frente do PSD (27,7%), mas há um “empate técnico” se for considerado a margem de erro. “Não é a primeira vez este ano que o PCP surge com níveis semelhantes [à sondagem da passada sexta-feira] nas intenções de votos, subindo umas vezes, descendo outras”, explicou Nelson Santos que tem acompanhado as variações de voto do partido. Contudo, é possível identificar uma “tendência de declínio” entre o eleitorado comunista.
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