O Governo grego está confiante que vai ser possível chegar a um acordo com os credores internacionais e admite que terão de ser feitas cedências, dos dois lados, disse hoje o ministro-adjunto para os Assuntos Europeus, Nikos Chountis. A declaração acontece no mesmo dia em que o governo grego fez mudanças estratégicas nas equipas que negoceiam com a troika, retirando influência a Yanis Varoufakis.

A dois meses do fim da extensão acordada a 20 de fevereiro com o Eurogrupo, e a semanas de ficar sem dinheiro para pagar salários, pensões e honrar os compromissos para com os parceiros internacionais, o Governo grego admite que o acordo chegará com cedências, apesar de manter algumas das linhas.

A reunião do Eurogrupo em Riga, na Letónia, na passada semana parece continuar a ter efeitos em Atenas. Primeiro foi a anunciada remodelação nas equipas que vão negociar com o Grupo de Bruxelas (também conhecido como troika), com a colocação de dois novos responsáveis na equipa política e na equipa técnica, mais próximos do mais moderado vice-primeiro-ministro Yannis Dragasakis, retirando influência ao ministro das Finanças Yannis Varoufakis.

Agora, é a vez de o ministro-adjunto para os Assuntos Europeus da Grécia admitir que não se conseguirá um acordo sem cedência.

“Nós aceitamos que não se pode ter tudo, mas ao mesmo tempo também defendemos que também eles [credores] terão de fazer as suas escolhas políticas”, disse o responsável grego numa entrevista à rádio grega Vima FM.

Ainda assim, o governante mantém que o Governo não vai aceitar medidas ineficazes e que tenham efeitos recessivos, como é o caso, na opinião de Atenas, de mudanças na legislação laboral e à Segurança Social.